Steam Deck: Três anos de dominação no mercado de portáteis

Marcos Paulo PC 25 February 2025

O impacto do Steam Deck e seu domínio no mercado de PCs portáteis.

Hoje marca o terceiro aniversário do Steam Deck, o PC portátil para jogos da Valve, que revolucionou e praticamente criou um novo nicho no mercado. Seu lançamento foi conturbado, mas agora, três anos depois, dados revelam que ele tem dominado o segmento. Embora a Valve tenha afirmado em novembro de 2023 que vendeu "vários milhões" de unidades do dispositivo com tecnologia AMD, nunca houve uma visão clara de sua verdadeira dimensão comparada à concorrência. Agora, novas informações indicam que o Steam Deck é maior do que todos os seus rivais Windows combinados.

A IDC (International Data Corporation), especializada em pesquisas de mercado, usa dados das cadeias de suprimentos para estimar o volume de remessas globais de PCs portáteis para jogos. Ao questionar Lewis Ward, analista da IDC, sobre a divisão entre dispositivos SteamOS e Windows, ele confirmou que poderia separar os dados. O resultado é impressionante: pouco menos de 6 milhões de unidades foram enviadas em três anos.

Esse número pode parecer modesto, mas a IDC projeta menos de 2 milhões de remessas para 2025, sugerindo uma estagnação do mercado. No entanto, algumas empresas interpretam isso de maneira diferente. Por exemplo, os Ray-Bans da Meta venderam 2 milhões de unidades entre outubro de 2023 e fevereiro de 2025, e os fabricantes acreditam que podem atingir 10 milhões por ano em breve.

O crescimento exponencial do Steam Deck

Frank Azor, chefe de marketing de jogos da AMD, considera os números da IDC incríveis. "Isso não existia há três anos. Passamos do nada para uma categoria que agora está na casa dos milhões de unidades", afirmou.

Dos 6 milhões de portáteis enviados, a maior parte corresponde ao Steam Deck, segundo as estimativas da IDC. Em 2022, ele representou 100% das remessas. Em 2023, foi responsável por mais de 50% e, em 2024, 48%. Com base nesses cálculos, a Valve pode ter já enviado mais de 3,7 milhões de unidades, podendo ultrapassar a marca dos 4 milhões.

Vale destacar que os dados da IDC não incluem dispositivos chineses de empresas como GPD, Ayaneo e OneXPlayer, cujas vendas parecem ser bem menores, baseadas nos financiamentos públicos no Indiegogo.

Com apenas 2 milhões de portáteis Windows vendidos em dois anos, é compreensível que AMD e Intel não estejam investindo significativamente em novos chips personalizados, como o usado no Steam Deck. Ainda mais considerando rumores de que muitos compradores de portáteis Windows acabaram devolvendo seus dispositivos a taxas excepcionalmente altas. Isso pode ser evidenciado pelo grande volume de unidades de Asus ROG Ally em estoque de caixa aberta na Best Buy.

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A expectativa é que a AMD invista em um sucessor do Steam Deck, pois dispositivos Windows têm enfrentado desafios com consumo excessivo de energia e preços elevados. O novo Lenovo Legion Go S, por exemplo, não superou a revisão OLED do Steam Deck, e o MSI Claw original também ficou aquém das expectativas. O ROG Ally X, embora seja uma boa alternativa, exige uma bateria maior para compensar o alto consumo de energia, tornando-o mais caro, custando US$ 800 ou mais.

Porém, os chips não são o único motivo do sucesso do Steam Deck. A combinação do SteamOS com a camada de compatibilidade Proton permite que jogos de Windows rodem melhor no Linux, além de oferecer recursos como suspensão e retomada rápida. Seus controles ergonômicos e personalizáveis facilitam a execução de jogos clássicos, enquanto seu preço competitivo e ajustes dinâmicos de desempenho garantem uma maior autonomia de bateria.

Outro ponto forte é a versatilidade do Steam Deck, que permite rodar jogos da Epic Games Store, Ubisoft e Blizzard, além de possibilitar transmissão remota de um PlayStation via o aplicativo Chiaki. Nenhum outro PC portátil se aproximou desse nível de funcionalidade.

Vale a pena esperar um Steam Deck 2?

Muitos esperavam que o Lenovo Legion Go S fosse a grande novidade da CES 2025, especialmente por ser o primeiro portátil SteamOS autorizado por terceiros. No entanto, a melhor opção ainda parece ser o Steam Deck OLED, mesmo custando US$ 530.

Apesar dos novos jogos AAA demandarem mais poder de hardware, a Valve tem sido clara ao afirmar que não lançará um Steam Deck 2 até que seja possível um salto significativo de desempenho sem comprometer a vida útil da bateria. O modelo atual não utilizará os chips AMD Z2 e continuará sendo uma opção viável por mais algum tempo.

Com isso em mente, entre os altos preços das novas GPUs Nvidia, os novos lançamentos otimizados para o Steam Deck e o fato de que os sucessores dos consoles da Microsoft e Sony ainda estão distantes, não há muitas razões para adiar a compra do Steam Deck. A menos que o Nintendo Switch 2 consiga superar o Steam Deck como o portátil preferido dos desenvolvedores de jogos.

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