As gerações de consoles: Uma viagem nostálgica pela história dos videogames

Do Atari 2600 aos tempos atuais, os videogames nunca foram tão presentes culturalmente entre nós.
Para muitos de nós, a memória afetiva mais forte não vem de um filme ou de uma música, mas do som de uma fita de cartucho sendo soprada, do "SEGA!" gritado na abertura de um jogo ou do som icônico de inicialização do primeiro PlayStation. Os videogames não são apenas entretenimento; são marcos culturais que definem quem somos. Mas como saímos dos pixels piscantes da Atari para os mundos fotorrealistas do PlayStation 5 e do Xbox Series X? A resposta está nas "gerações", os capítulos que contam a incrível evolução dos consoles.
Baseado em uma rica discussão de fãs, vamos embarcar nesta jornada, geração por geração, adicionando dados, jogos icônicos e os heróis esquecidos dessa história.
A segunda geração: O big bang e o crash
Tudo começou para valer aqui. O Atari 2600, lançado em 1977, não foi o primeiro console, mas foi quem transformou o videogame em um fenômeno global. Com seus gráficos simples e controles de um botão, ele trouxe para nossas casas clássicos como Pac-Man, Space Invaders e Pitfall!. O sucesso foi tão avassalador que gerou uma enxurrada de consoles e jogos de baixa qualidade, saturando o mercado e levando ao infame "Crash dos Videogames de 1983", que quase enterrou a indústria.
A terceira geração (8-bits): O renascimento japonês
Quando o mercado ocidental estava em ruínas, uma empresa japonesa de brinquedos chamada Nintendo chegou para salvar o dia. O Nintendo Entertainment System (NES), ou "Nintendinho", como o conhecemos no Brasil, não era apenas um console; era um selo de qualidade. Com uma política rígida de licenciamento, a Nintendo garantiu que jogos como Super Mario Bros., The Legend of Zelda e Metroid fossem experiências mágicas e bem-acabadas.
Do outro lado, a SEGA surgia com seu Master System, que, embora não tenha atingido a mesma popularidade global, conquistou um lugar especial no coração dos brasileiros, com clássicos como Alex Kidd in Miracle World e Phantasy Star.
A quarta geração (16-bits): A primeira grande guerra dos consoles
Essa foi a era da rivalidade, do pátio da escola dividido. De um lado, o Super Nintendo (SNES), com seu poder gráfico superior, paleta de cores vibrante e chips especiais que permitiam proezas como o "Mode 7". Foi o lar de obras-primas atemporais como Super Mario World, The Legend of Zelda: A Link to the Past e Chrono Trigger.
Do outro, o Mega Drive, com seu processador mais rápido, uma atitude mais "radical" e um mascote que era a personificação dos anos 90: Sonic the Hedgehog. A SEGA se promovia com a campanha "Genesis does what Nintendon't", e a briga era real, alimentada por clássicos como Street Fighter II e Mortal Kombat, que tinham versões distintas em cada plataforma.
A quinta geração (32/64-bits): A revolução 3D
O mundo dos games estava prestes a ganhar uma nova dimensão. A transição do 2D para o 3D foi o maior salto tecnológico da história da indústria, e uma nova jogadora chegou para mudar as regras. A Sony, após uma parceria desfeita com a Nintendo, lançou seu próprio console: o PlayStation. Com sua mídia em CD, que permitia cenas em computação gráfica (as famosas CGs) e áudio de alta qualidade, o PS1 conquistou o público adulto com jogos cinematográficos como Metal Gear Solid, Final Fantasy VII e o terror de Resident Evil.
A Nintendo respondeu com o Nintendo 64, que, apesar de se manter fiel aos cartuchos, introduziu o controle com alavanca analógica, definindo o padrão para sempre. Foi no N64 que vivemos as revoluções de Super Mario 64 e The Legend of Zelda: Ocarina of Time, jogos que até hoje são aulas de game design. A SEGA, com o Saturn, teve seu sucesso no Japão, mas ficou para trás na competição global.
A sexta geração: O reinado absoluto e novos competidores
Se a quinta geração foi uma revolução, a sexta foi o auge. O PlayStation 2 não foi apenas um console; foi um fenômeno cultural. Com mais de 155 milhões de unidades vendidas, é o console mais vendido de todos os tempos. Sua biblioteca era vasta e impecável, com títulos como Grand Theft Auto: San Andreas, God of War e Shadow of the Colossus, além de funcionar como um reprodutor de DVD, o que o tornou o centro da sala de estar de muitas famílias.
Nessa era, a SEGA fez sua última e gloriosa tentativa com o Dreamcast, um console à frente de seu tempo com modem embutido e jogos inovadores como Shenmue e Crazy Taxi, mas que infelizmente teve uma vida curta. A Nintendo lançou o charmoso GameCube, lar de clássicos como Metroid Prime e Super Smash Bros. Melee. E uma nova gigante entrou na briga: a Microsoft, com o Xbox, trazendo o poder de um PC para os consoles e dando vida a uma das maiores franquias da história: Halo: Combat Evolved.
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A sétima geração: Alta definição e a revolução do movimento
A busca por gráficos em alta definição (HD) marcou esta geração. O Xbox 360 da Microsoft chegou primeiro e dominou o cenário online com a Xbox Live e o sistema de conquistas. O PlayStation 3 da Sony veio depois, mais caro, mas com o poder do processador Cell e a mídia Blu-ray, que venceria a "guerra dos formatos" contra o HD DVD.
Mas a verdadeira reviravolta veio da Nintendo. Enquanto Sony e Microsoft disputavam o público hardcore, a Nintendo lançou o Wii, um console de menor potência, mas com um controle de movimento inovador. Com Wii Sports, a empresa atraiu um público totalmente novo – pais, avós, famílias inteiras – e se tornou um sucesso de vendas avassalador, provando que a inovação na jogabilidade pode ser tão importante quanto o poder gráfico.
A oitava geração: Conectividade, narrativas e um tropeço corrigido
O PlayStation 4 dominou esta geração com uma campanha focada "nos jogadores", uma interface simples e uma sequência de exclusivos aclamados pela crítica, como God of War (2018), The Last of Us Part II e Marvel's Spider-Man. A Microsoft, após um lançamento conturbado do Xbox One focado em TV e multimídia, corrigiu a rota e construiu as bases de sua estratégia atual com o revolucionário serviço Game Pass.
Enquanto isso, a Nintendo enfrentou um de seus maiores desafios. O Wii U, sucessor do Wii, não conseguiu comunicar sua proposta de valor com o controle em formato de tablet e teve vendas muito baixas. Apesar do fracasso comercial, o console foi o berço de jogos fantásticos como Mario Kart 8, Splatoon e Super Mario 3D World, muitos dos quais ganharam uma segunda vida (e o sucesso que mereciam) em seu sucessor. O Wii U foi um erro necessário, pois seus conceitos de jogabilidade híbrida foram aperfeiçoados no fenômeno que viria a seguir.
A nona geração: Velocidade, imersão e ecossistemas
Chegamos ao presente. O PlayStation 5 e o Xbox Series X/S representam um salto focado na experiência do usuário. O SSD elimina as telas de carregamento, enquanto tecnologias como o Ray Tracing trazem um novo nível de realismo visual. As estratégias, no entanto, são distintas: a Sony continua sua aposta em grandes exclusivos de alto valor de produção, enquanto a Microsoft foca em fortalecer o ecossistema do Game Pass, oferecendo um catálogo gigantesco de jogos por uma assinatura mensal.
E a Nintendo? Mais uma vez, corre por fora com o Nintendo Switch. Unindo a experiência de um console de mesa e um portátil, e amparado por uma biblioteca de jogos que inclui obras-primas como The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey, o Switch continua a ser um sucesso absoluto, provando que a diversão transcende a contagem de teraflops.
O futuro é mais do que apenas fráficos
Olhar para trás, para a história das gerações de consoles, é entender que a evolução dos videogames é uma jornada sobre tecnologia, sim, mas principalmente sobre ideias. É sobre a rivalidade que nos deu clássicos, sobre a inovação que mudou a forma como jogamos e sobre as histórias que vivemos através desses aparelhos. Cada geração deixou sua marca, não apenas nos gráficos ou processadores, mas nas nossas memórias. E enquanto a tecnologia avança, uma coisa permanece a mesma: a magia de ligar um console e ser transportado para outro universo.
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Rafael Bastos
ORafaJoga
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