Desafiando a falácia do "menos é mais" nos jogos e outras mídias

Marcos Paulo Pitaco do MPIlha 23 January 2024

Vivemos em uma era em que as opções de entretenimento são vastas e, ao mesmo tempo, somos confrontados com a ideia de que menos escolhas podem resultar em mais diversão. O argumento de que limitar o acesso a jogos e outras formas de mídia nos proporcionaria uma experiência mais rica parece, no mínimo, questionável. Afinal, por que restringir a liberdade de escolha quando a verdadeira essência da diversão reside na individualidade e na possibilidade de moldarmos nossas próprias experiências?

Em meio a essa discussão, surge a sugestão de que menos jogos, menos filmes, menos séries seriam a chave para uma satisfação mais profunda. No entanto, essa abordagem simplista ignora a riqueza da diversidade de gostos e interesses que caracteriza cada indivíduo. A diversão não é uma fórmula única que se aplica a todos, mas sim um conceito pessoal, moldado pelas escolhas individuais e metas pessoais.

Tomemos como exemplo o Xbox Game Pass, uma plataforma que reúne centenas de jogos de diferentes estilos. Esta é uma demonstração clara de que a abundância de escolhas não é uma ameaça à diversão, mas sim uma oportunidade de explorar uma gama mais ampla de experiências. O fato de existirem centenas de títulos disponíveis não significa que somos obrigados a jogar todos. Pelo contrário, isso representa a liberdade de escolher, de mergulhar naqueles que ressoam conosco, sem restrições impostas por uma visão limitada.

A aplicação do argumento "menos é mais" à mídia em geral também é digna de reflexão. Limitar as opções cinematográficas ou restringir a variedade de séries disponíveis não amplia a diversão; ao contrário, isso nos priva da oportunidade de explorar narrativas diversas, perspectivas inovadoras e estilos únicos de expressão artística.

O cerne da questão é que não há uma regra única para a diversão. A verdadeira satisfação vem da liberdade de escolher de acordo com nossos gostos e objetivos pessoais. Negar essa liberdade é negar a riqueza que a diversidade proporciona.

Ao desafiar a falácia do "menos é mais", defendemos a premissa de que a verdadeira diversão está em celebrar a multiplicidade de opções disponíveis. Não há necessidade de impor restrições à quantidade, pois é essa variedade que nos permite personalizar nossa jornada de entretenimento, moldando-a de acordo com nossas preferências individuais. A verdadeira liberdade está em explorar, experimentar e abraçar a diversidade, tanto nos jogos quanto em outras formas de mídia, sem limites arbitrários que buscam moldar nossas experiências à custa da singularidade que cada um de nós traz para o universo do entretenimento contemporâneo.

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