Sony se torna uma "casa de comércio de entretenimento" e busca atrair investidores

Após a cisão de seu braço financeiro, a gigante japonesa aposta em um modelo de negócio inovador, focado na aquisição de IP para impulsionar o valor de mercado no setor de entretenimento.
PRA RESUMIR
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A Sony Group, após sua recente estreia na Bolsa de Valores de Tóquio, está intensificando seus esforços para se posicionar como uma "casa de comércio de entretenimento". A gigante japonesa está adotando uma estratégia ambiciosa, semelhante à das grandes empresas de trading do país, como Itochu e Mitsubishi. Em vez de criar propriedades intelectuais do zero, a Sony concentra seus investimentos na aquisição de detentores de IP já estabelecidas, como Bandai Namco (dona de Gundam) e a editora Kadokawa.
Nos últimos sete anos, a Sony já investiu impressionantes 1,9 trilhão de ienes (US$ 12,8 bilhões) em propriedade intelectual, com o objetivo de combinar os ativos adquiridos com suas diversas operações — de jogos e filmes a animes e música — para maximizar o valor. A aquisição de IPs como os de "One Piece" e "Jujutsu Kaisen" pela Crunchyroll é um exemplo dessa estratégia, com a meta de converter mangás populares diretamente em filmes ou jogos, acelerando a produção e o potencial de lucro.
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No entanto, essa nova abordagem enfrenta um desafio de transparência. Ao contrário de empresas de trading que divulgam o desempenho de seus grandes investimentos, a Sony não costuma detalhar o retorno financeiro de suas aquisições. Analistas, como Ayaka Inomata da Daiwa Securities, apontam que essa falta de informação cria uma "lacuna" entre o valor percebido da empresa e o preço real de suas ações. Um representante da Sony já afirmou que a empresa irá "aprimorar nossas divulgações daqui para a frente" para resolver esse problema.
A estratégia da Sony também inclui o investimento em sua própria "rede de polinização", um sistema interno que usa inteligência artificial generativa para conectar talentos de diferentes divisões. Esse modelo, que já resultou no compartilhamento de experiências como a aplicação de tecnologias de jogos na produção de filmes, reflete a filosofia das empresas de trading de encontrar novas oportunidades de negócio dentro de suas operações já existentes.
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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