O peso da genialidade: como é trabalhar entre os maiores talentos da Nintendo

Talento criativo na Nintendo levava desenvolvedores à admiração — e à exaustão.

PRA RESUMIR
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O designer e diretor de arte Takaya Imamura, conhecido por seu trabalho em grandes franquias da Nintendo como The Legend of Zelda, Star Fox e F-Zero, fez recentemente uma revelação pessoal e sincera sobre seu tempo na empresa. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Imamura confessou que, apesar de trabalhar com algumas das mentes mais brilhantes da indústria, a experiência o deixou com um constante sentimento de inferioridade.
"Havia tantas pessoas incríveis na Nintendo", escreveu Imamura. "Eu me perguntava o tempo todo como poderia demonstrar meu próprio valor naquele ambiente."
Essa constante comparação interna levou Imamura a um desgaste pessoal considerável. Ele compartilhou que deixar a Nintendo foi, em certa medida, libertador:
"Senti que finalmente estava livre do complexo de inferioridade que carregava há anos", confessou. No entanto, ele também revelou uma tristeza por não poder mais colaborar com colegas que tanto admirava.
No mesmo fio de conversas, Shinji Watanabe, hoje CEO da Epsilon Software, também ex-funcionário da Nintendo, disse que trabalhar na empresa era como estar cercado por "seres celestiais", tamanha era a habilidade de seus colegas. Já Ken Watanabe, que foi programador na Nintendo por 10 anos e hoje atua de forma independente, acrescentou:
"Realmente não há nada além de pessoas incríveis na Nintendo. Tentar se destacar entre elas era exaustivo e recompensador ao mesmo tempo."
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Essas reflexões levantam um ponto importante: o ambiente de trabalho altamente competitivo e criativo da Nintendo, mesmo sendo respeitável, pode não ser saudável para todos os perfis. A CG artist Miura Koichi, por exemplo, viralizou em 2023 ao dizer que trabalhar na Nintendo era como estar em um paraíso de gênios e super-humanos, mas para alguém comum como ela, se sentia como um "inferno".
Essa cultura se intensifica porque a Nintendo mantém uma das maiores taxas de retenção de talentos do Japão: 98,8%. Isso significa que sua força de trabalho é altamente experiente e consolidada, criando um ciclo em que o nível de excelência só aumenta — e, com ele, a pressão sobre os novos integrantes da equipe.
Mesmo nomes com décadas de carreira como Imamura expressam dúvidas sobre seu próprio valor, o que nos leva a uma pergunta inevitável: se até os gênios se sentem pequenos ali, o que dizer do resto de nós?
退社したとき、長年抱えていた劣等感から解放されたような、そんな開放感があったのは事実。でも同時に、「もうこの人たちと一緒に仕事ができなくなるんだな…」という寂しさもあった。とはいえ、遅かれ早かれ定年まではもう数年しか残っていなかったし、ゲーム開発は何年もかかることが多いので、この… https://t.co/o44R1wPIak
— 今村孝矢 / Takaya Imamura (@ima_1966) June 26, 2025
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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