A ganância da Microsoft faz o consumidor perder a fé e corrói a marca Xbox

A fome de lucros de uma corporação bilionária colocam em risco toda uma história que poderia dar mais frutos e alegrias ao seus consumidores.
É doloroso estar aqui, revirando essa sensação de vazio e desalento. Se você, como eu, é um fã de carteirinha do Xbox, sabe do que estou falando: um sentimento de estar perdido, sem rumo, tentando encontrar a velha chama que nos acendeu um dia. Que me chamou a atenção desde o primeiro console, quando o Xbox original surgiu como uma nova vertente após o adeus da Sega. Lembro-me da emoção, do impacto de ver Forza Motorsport, Halo: Combat Evolved, Far Cry no início de uma geração que finalmente consegui acompanhar. Foi um momento especial, uma conquista pessoal.
Mas lembranças não moldam o presente nem ditam o futuro, e é o agora que me sufoca. O que o Xbox está fazendo? O futuro que dizem que existirá — mais PC do que console, ao que parece — me enche de dúvida e medo. Tivemos, sim, pontos positivos, é verdade. O Xbox Game Pass teve um trimestre de conteúdo inacreditável em 2025, com mais jogos do que nunca para o Series X|S. Mas o que importa isso, se a Microsoft está descartando exclusividades e abastecendo o MAIOR concorrente? Fica escancarado que os objetivos da empresa são outros. E o pior é que não há reciprocidade, não há paridade no conteúdo que volta para o Xbox.
A voracidade corporativa que corrói uma marca
Aí veio o golpe de misericórdia: um aumento de preço brutal, chegando a 100% no Brasil para o Xbox Game Pass Ultimate. Essa decisão desagradável criou uma onda de descontentamento que só vi igual na revelação fracassada do Xbox One. Este aumento absurdo foi o ponto de inflexão de um ano marcado por falhas de comunicação estranhas, pintando um Xbox em desespero em vez de confiante.
Ninguém é ingênuo a ponto de achar que não haverá reajustes, a economia dita isso. Mas o que torna esse aumento do Game Pass particularmente flagrante é o tamanho, a violência com que ele veio. Um salto grandioso e único que trai a ideia de mera "inflação" e aponta para um problema estrutural sendo corrigido às custas do consumidor.
Eu vi a compra da Activision/Blizzard/King com bons olhos, mas o custo de desenvolver Call of Duty é monstruoso, e "distribuí-lo de graça" no Game Pass prejudica ambos os modelos de negócio. Call of Duty parece estar aspirando todos os fundos, canibalizando as taxas de varejo e consumindo o orçamento para novos jogos. O Game Pass arrisca virar a assinatura "Call of Duty" e pouco mais.
Mas a verdade nua e crua é mais sombria: quando se olha para as finanças gerais da Microsoft, é difícil supor que seja outra coisa senão simples ganância.
A visão de lucros sob qualquer coisa
A CFO da Microsoft, Amy Hood, estava forçando metas irrealistas de margem de lucro na divisão de jogos! Vemos isso no preço de jogos subindo para US$ 80,00, na redução dos pontos do Microsoft Rewards e, o mais ultrajante, nas demissões em massa.
O Xbox registra receitas recordes, e a Microsoft tem lucros anuais de dezenas de bilhões. Não existe nenhum universo em que o Xbox, dono de franquias de sucesso extremo da ABK, precisasse matematicamente de um aumento de 100% no Game Pass. Eles poderiam ter aceitado margens mais baixas. Poderiam ter reduzido a remuneração de executivos. Poderiam ter recuado em investimentos inúteis em IA! A plataforma já era "lucrativa" antes desse aumento.
Será que a chefe de finanças sequer considerou o DANO a longo prazo dessa decisão para a marca? É cada vez mais impossível apostar no futuro do Xbox. O passado recente, as estratégias falhas, os problemas de comunicação e o golpe fatal no custo-benefício do Game Pass jogam uma nuvem negra e pesada sobre nossas cabeças. Pedir uma visão mais humana a uma grande corporação? É utopia, eu sei, mas a raiva ferve.
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Estúdios fechados, jogos cancelados e a perda da fé
A derrocada de gestão é visível em mais exemplos. Hi-Fi Rush foi um sucesso bem recebido, mas o que aconteceu? A Microsoft FECHOU O ESTÚDIO. Mais recentemente, Perfect Dark sucumbiu, com anos e milhões de dólares gastos. Frustração pura!
Não estou dizendo que outras editoras são santas, mas a Microsoft tem mais de cem bilhões de dólares em lucros anuais. Não há desculpa. Parece que não há manejo, não há respeito pelo que está sendo construído.
Ninguém mais parece confiar no Xbox. A fé do consumidor é o que realmente importa. A Microsoft trata o consumidor com a mesma mentalidade utilitária de seus negócios business-to-business — onde basta convencer um vendedor.
No papel, Xbox e PlayStation oferecem coisas semelhantes em 2025. A diferença crucial é que as pessoas sentem que podem confiar no PlayStation a longo prazo, mesmo com seus erros. Não sentimos que podemos confiar na Microsoft, pois não sabemos qual será o próximo passo destrutivo. E a cereja amarga do bolo? Os executivos que imploraram por nosso apoio na aquisição da ABK hoje ignoram completamente a comunidade que os defendeu!
Essa negatividade anula tudo que vinham construindo. Ela sangrou para a negatividade em torno de Call of Duty e sua gestão sob a Microsoft. Prejudicou a pouca reputação que o Xbox tinha e enterrou o Xbox Series S como melhor custo-benefício.
A negatividade escorre. A Microsoft goza de uma posição incrivelmente privilegiada como uma das maiores do mundo. Mas ela precisa entender que, de forma justa ou não, seu comportamento afeta a TODOS — seus serviços, funcionários, parceiros e, principalmente, seus CLIENTES.
É tão difícil manter um hobby hoje. E quando algo afeta esse hobby, ele deixa de ter graça. A marca Xbox está se tornando SEM GRAÇA e DESINTERESSANTE, pois preferem o lucro imediato, forçando-nos a aceitar o que eles acham que é bom, em vez de oferecer a flexibilidade sem aumentar o custo de algo que era a chave da diversão.
Será possível ainda dar esperanças para uma virada de chave para o Xbox ou viveremos daqui em diante na incerteza do futuro?
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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