O cativeiro da opinião: Como o gamer enterrou o pensamento próprio
A polarização social e a influência digital estão matando o debate autêutico no mundo dos games e muito além.
A polarização social e a influência digital estão matando o debate autêutico no mundo dos games e muito além
Vivemos tempos sombrios, onde a opinião própria se tornou um luxo raro. Se você gosta de algo, pode ser atacado. Se você não gosta, também. O mundo digital, que deveria ser uma arena para ideias e debates saudáveis, virou um campo de batalha onde qualquer expressão pessoal corre o risco de ser sufocada pela polarização.
Hoje, mais do que nunca, o pensamento crítico parece ser algo descartável. Muitos gamers, independentemente da idade, adotam discursos prontos, repetindo opiniões que viram em influenciadores e "mentores" digitais, sem sequer questionar se aquilo faz sentido para eles. Em vez de refletirem e formarem sua própria perspectiva, preferem ecoar o que é dito, reforçando bolhas ideológicas e tornando o debate superficial e previsível.
Essa postura transforma qualquer tentativa de discussão construtiva em um tribunal público, onde aqueles que ousam discordar da narrativa dominante são execrados e rotulados. Criadores de conteúdo que nadam contra a maré são vistos como figuras irrelevantes, simplesmente por se recusarem a alimentar hypes vazios e seguir as tendências momentâneas que movimentam as plataformas.
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Não há problema algum em comentar com paixão sobre um jogo ou qualquer outro tema. A paixão, quando aliada a uma mente aberta, é o que move boas críticas e discussões saudáveis. No entanto, o que temos hoje é uma sociedade intoxicada pelo excesso de conteúdo raso e pela busca incessante por engajamento a qualquer custo.
O verdadeiro problema não são as plataformas sociais, mas sim a própria sociedade. O vício em polêmicas artificiais e opiniões fabricadas destrói qualquer possibilidade de troca genuína de ideias. Para reverter esse cenário, precisamos reaprender a consumir conteúdo de forma crítica, ignorando os clickbaits e deixando de lado os pseudoespecialistas que se vendem como detentores absolutos da verdade.
A mensagem final é simples: joguem mais, discutam menos. Aprecie os jogos pelo que eles são, sem se preocupar com qual plataforma é "superior" ou quem tem a opinião "certa". No fim das contas, aproveitar a experiência de jogar é infinitamente mais valioso do que perder tempo em discussões vazias com desconhecidos na internet. Quem realmente ama os games sabe que eles foram feitos para serem vividos, e não transformados em trincheiras de guerra ideológica.
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
Web Designer, apaixonado por tecnologia e gamer orgulhoso de acompanhar todas as gerações e seus grandes títulos.
