O Preço do vício: Quando ser gamer vira um ato de submissão

Enquanto a paixão por videogames fala mais alto, a razão está sendo esmagada sob etiquetas cada vez mais abusivas — e o silêncio da comunidade é cúmplice.

Ser gamer vai além de jogar. É criar memórias, forjar vínculos com franquias e personagens, viver experiências que transcendem o simples ato de apertar botões. Mas ultimamente, essa paixão que deveria ser combustível tem se tornado armadilha. Porque a verdade que poucos têm coragem de dizer é: estamos sendo explorados — e muitos estão aplaudindo.

O lançamento do PS5 Pro a R$ 7.000,00 é um escárnio que chega ao mercado prometendo entregar o que o console base deveria desde o início. Ao mesmo tempo, a assinatura da PlayStation Plus salta para R$ 691,90 anuais, um valor ofensivo quando comparado ao conteúdo entregue. E, como se não bastasse, temos agora o aguardado Nintendo Switch 2, com preços “oficiais” para o Brasil que ultrapassam os R$ 4.799,90 com jogo incluso — e esse mesmo jogo, Mario Kart World, custa isoladamente R$ 499,90. Agora, pensem qual o preço que será vendido um GTA VI, por exemplo. Oremos!

Mas, a pergunta que não quer calar: até quando?

Não estamos falando de qualidade. Não se discute aqui se o console será bom ou ruim — o que se discute é o que estão tentando normalizar. Preços impagáveis, jogos que custam o mesmo que contas essenciais, e uma narrativa corporativa que diz que isso tudo é “por amor à marca”. E o pior: tem gente engolindo esse discurso sem pestanejar.

É cômodo justificar com “impostos”, com “real desvalorizado”, com “é o que tem pra hoje”. Mas quando um jogo custa US$ 80 lá fora, ele também pesa no bolso de quem vive em dólar. Protestos como o famoso “Drop the Price” estão ganhando força internacionalmente. Enquanto isso, aqui no Brasil, parte da comunidade prefere se calar ou, pior, defender o indefensável.


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É necessário dizer: quem aceita tudo sem questionar está legitimando a próxima facada. Não dá pra aplaudir preços extorsivos alegando que é “pela proteção das franquias” ou que “quem não pode pagar que fique no modelo antigo”. Esse tipo de pensamento só reforça uma lógica cruel de exclusão, onde só joga quem pode pagar o absurdo. E isso, meus amigos, não é ser gamer raiz — é ser consumidor cativo e conformado.

Precisamos ser menos passivos e mais críticos. Precisamos parar de colocar nossa nostalgia e fanatismo acima da razão. O amor pelos games não pode ser maior que o nosso amor próprio e nosso senso de justiça. Porque enquanto você defende o indefensável, o mercado entende que pode cobrar o que quiser, entregar o mínimo e ainda sair aplaudido.

Está na hora de acordar. Porque se não for por nós, será por ninguém. E se continuarmos aceitando, amanhã estaremos pagando R$ 800 por um jogo e agradecendo pela “oportunidade”.

O gamer que pensa é o gamer não se conforma!

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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
Web Designer, apaixonado por tecnologia e gamer orgulhoso de acompanhar todas as gerações e seus grandes títulos.