Symphonia: Quando a música clássica se torna o coração do mundo

Um jogo de plataforma não violento mas desafiador, onde a melodia é a verdadeira protagonista.
A proposta de Symphonia é, no mínimo, diferente. Um jogo de plataforma sem violência, guiado por uma trama emocional, onde a música clássica não apenas embala a jornada, mas molda o mundo ao seu redor. É um conceito ousado — e é exatamente isso que o torna tão único.
A terra mágica de Symphonia está em ruínas, devastada pela ausência da música — um reflexo direto do desaparecimento de seus quatro prodígios musicais. Mas tudo muda quando um autômato encontra uma misteriosa máscara, que desperta ninguém menos que Philemon, o violinista lendário. Sem memória, sem saber quem realmente é, Philemon é enviado em uma jornada: reunir seus companheiros prodígios e tocar o concerto capaz de restaurar o Coração da Sinfonia. Além disso, cada um dos três outros prodígios governa uma região distinta e você conhece suas identidades desde o início, mas encontrá-los é a verdadeira jornada.
A descoberta da identidade perdida de Philemon é um dos elementos mais cativantes. Ao longo da aventura, coletamos 14 Fragmentos de Memória, desbloqueados em seções opcionais, mas extremamente desafiadoras. Esses fragmentos não apenas enriquecem a narrativa, como também afetam a jogabilidade com novas habilidades e modificadores. Vale cada tentativa.
Nada em Symphonia é tão poderoso quanto a música. Ela ressuscita plantas, altera estações, reconstrói estruturas e move mecanismos. A forma como o mundo inteiro responde ao som do seu violino é uma poesia interativa. A sensação é de estar dentro de um concerto, onde cada nota tem significado. Bom, não à toa que a música se torna o verdadeiro protagonista da história.
Os concertos finais com cada prodígio são momentos de pura emoção: animações sincronizadas, ambientes feitos de instrumentos e uma orquestra que fala com sua alma. Um espetáculo audiovisual que marca.
Mas não se deixe enganar pelo visual encantador. Symphonia é um jogo difícil, com mecânicas afiadas que vão testar seu reflexo e paciência. A movimentação é centrada no uso do arco de violino, permitindo saltos impulsionados, impulso contínuo e a criação de trampolins nas paredes. Normalmente não sou atraído por jogos difíceis e falhei miseravelmente uma dezena de vezes (ou mais), contudo, a persistência é a chave e eu estava instigado a chegar ao final.
Porém, nem tudo é perfeito. Existem inconsistências nas mecânicas: às vezes o salto de impulso falha sem motivo claro, o gancho erra alvos evidentes ou se estica além do previsto, criando bugs ocasionais. São detalhes que não quebram o jogo, mas mereciam certos ajustes.
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A progressão oferece desbloqueios de modificadores únicos, como pulo duplo, câmera lenta, aceleração do jogo, invisibilidade e até modo ainda mais difícil com habilidades totalmente desativadas. Há também o Modo Sombra, onde uma cópia seu personagem te persegue. Então já sabe, encostou, morreu. E sinceramente? Eu pulei esse desafio!
O jogo explica bem as habilidades básicas, mas falha ao ensinar interações mais avançadas: como usar trampolins de bateria ou sair de certos obstáculos. Falta também um sistema para resetar desafios, o que às vezes força o jogador a se sacrificar para reiniciar se errar o tempo de plataformas móveis.
A ausência de um mapa detalhado dificulta a coleta de segredos. E embora a tela de pausa mostre itens coletados, não há indicação clara de salas já exploradas ou como sair de algumas áreas secretas sem refazer tudo.
Também senti falta de poder olhar para cima ou para baixo para planejar melhor os saltos. E em cenas de perseguição, a câmera falha ao mostrar perigos à frente, fazendo muitas vezes você dar de cara com as velhas paredes de espinhos.
Apesar desses tropeços, Symphonia conquista pelo estilo artístico encantador. Ambientes feitos de madeira, ferro, vitrais e instrumentos evocam conforto e magia. Cada detalhe visual transmite capricho, desde os rastros de Philemon até a iluminação que envolve tudo.
E a trilha sonora? É de tirar o fôlego. Uma combinação de temas esperançosos, épicos e nostálgicos que criam uma experiência emocional de verdade. O envolvimento dos músicos nos créditos mostra o quanto o projeto foi levado a sério — um trabalho de amor que começou com 13 estudantes e cresceu em algo muito maior.
Por fim, Symphonia é mais do que um jogo. Ele é uma celebração da música, da arte e do desafio. Ele vai te cativar com seu charme visual e te testar com sua precisão brutal. Apesar de alguns momentos de raiva por errar muito, considero uma experiência memorável.
Se você gosta de jogos de plataforma desafiadores e experiências artísticas, não deixe essa sinfonia passar em branco.
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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