Dragon Age: The Veilguard enfrentou mudanças drásticas durante seu desenvolvimento

O desenvolvimento de Dragon Age: The Veilguard foi marcado por conflitos internos e troca de direções.
PRA RESUMIR
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Embora já fosse sabido que a produção de Dragon Age: The Veilguard, lançado em 2024, foi cheia de turbulências, novas informações aprofundam o cenário. Em um relatório recente, o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, conversou com ex-funcionários da BioWare para entender o que realmente aconteceu nos bastidores.
Segundo o levantamento, o jogo foi concebido inicialmente como uma experiência single-player, mas acabou sendo remodelado para um multiplayer com elementos de live-service, seguindo a direção da EA, que desejava seu próprio sucesso nos moldes de Overwatch e Destiny. Essa decisão foi inspirada pela busca de um “ouro digital” em jogos como serviço, e acabou por desviar o foco do estúdio para o conturbado Anthem.
Ainda antes do lançamento de Anthem, a EA anunciou internamente que Dragon Age seguiria o mesmo caminho. Em outubro de 2017, o então diretor criativo Mike Laidlaw comunicou a decisão à equipe, e em seguida revelou sua saída da empresa. Matt Goldman, ex-diretor de arte, assumiu o controle criativo e o projeto passou a ser chamado de Morrison nos bastidores.
Enquanto Anthem fracassava, Morrison continuava sendo desenvolvido — ganhando até o apelido interno de “Hino com dragões”, por conta de sua semelhança estrutural com o título de ficção científica. Em 2020, no entanto, a EA voltou atrás e ordenou que o próximo Dragon Age retornasse às suas raízes single-player. Só que a mudança não veio acompanhada de tempo extra ou reinício de produção, obrigando a equipe a reconfigurar a estrutura do jogo já em andamento.
Testes internos revelaram mais problemas. Os jogadores demonstraram frustração com a falta de escolhas significativas, uma herança do sistema de multiplayer em que o jogo foi inicialmente baseado. Isso gerou novos adiamentos, e a equipe de Mass Effect foi convocada em 2023 para acelerar os trabalhos.
A entrada desse novo grupo, porém, trouxe conflitos internos. Os diretores de Mass Effect questionaram a condução do projeto pelos líderes de The Veilguard e começaram a excluí-los de decisões importantes, assumindo o controle e fazendo mudanças radicais.
Essa tensão entre franquias da BioWare já era antiga. O ex-roteirista David Gaider revelou que a EA frequentemente favorecia Mass Effect, deixando Dragon Age em segundo plano nas disputas por recursos. “Sempre parecia que Mass Effect conseguia o que queria. Dragon Age precisava remar contra a maré”, afirmou Gaider.
Como resultado das críticas, a história de The Veilguard passou por uma reescrita completa, devido a reclamações sobre o tom sarcástico e inconsistências no roteiro. O desgaste chegou ao ápice com demissões em massa na BioWare, impactando negativamente a moral da equipe nos estágios finais da produção.
Apesar de tudo, Dragon Age: The Veilguard foi finalmente lançado para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S, mas não sem deixar para trás um legado de decisões contraditórias, trocas de liderança e conflitos internos que definiram seu conturbado caminho até o lançamento.
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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