O PlayStation como vitrine e sua visão multiplataforma

Sony mantém postura cautelosa, enquanto Xbox dissolve barreiras — ainda há valor na exclusividade de hardware?

PRA RESUMIR
|
A recente fala de Hermen Hulst, CEO da Sony Interactive Entertainment, é mais do que uma simples declaração corporativa — é um posicionamento. Ele afirma que a PlayStation é muito atenciosa ao decidir como e se levará seus jogos originais para outras plataformas, com destaque especial aos seus grandes títulos single-player, que são, segundo ele, “verdadeiras vitrines do desempenho e da qualidade do hardware” da marca.
A fala não surpreende, mas diz muito. Principalmente quando olhamos para a forma como o Xbox tem lidado com seu ecossistema: jogos em todos os lugares, plataformas como serviços e o console como opcional. Nesse novo modelo da Microsoft, o hardware físico já não é mais o palco principal, mas sim o serviço como produto. Essa visão, embora inovadora, ainda é o centro de muitas dúvidas, pois dá a entender que o console perdeu relevância no mercado frente à nova lógica de acesso irrestrito aos jogos — principalmente se comparado diretamente com o concorrente.
Por isso, não discordo totalmente do que Hermen disse. Ele fala com a confiança de quem lidera a geração mais lucrativa da PlayStation até hoje, com mais de 70 milhões de unidades vendidas. Mas aqui entra o ponto que exige uma reflexão: Se o console está vendendo tão bem e é uma vitrine tão poderosa, por que ainda assim é necessário buscar novos públicos fora dele?
A entrada no PC não desvaloriza o produto, mas acende uma pergunta honesta: o console sozinho já não sustenta mais a ambição da marca? A resposta não é simples, e tampouco é uma crítica, mas sim uma inquietação legítima para quem observa o mercado com atenção.
VOCÊ TAMBÉM PODE SE INTERESSAR |
Além disso, Hulst foi categórico ao dizer que a Sony está “muito atenta a como e se levará esses títulos para outras plataformas”. Essa fala é emblemática, e talvez sirva para encerrar de vez qualquer teoria ou desejo de jogos do PlayStation rodando em consoles Xbox. E, por favor, não venham com o argumento do ROG Xbox Ally como ponte para essa ideia, pois o portátil é um PC, não um console Xbox na essência. Sendo direto e reto: se quiser jogar jogos da PlayStation Studios, tenha um console PlayStation ou um PC com Steam.
Console é hardware, não apenas acesso a conteúdo. E a Sony tem méritos pois sabe muito bem disso. Diante de tudo isso, o recado está dado: O PlayStation segue valorizando o que construiu, uma marca associada à excelência em experiências single-player, exclusividade e uma vitrine de hardware, mesmo que hoje, sofrendo certos apagões de novos títulos proprietários de suas franquias aclamadas. E claro, no meio disso ainda tem a insistência de estratégias de jogos como serviço, o que na verdade mais atrapalha do que ajuda nesse momento, mas isso é outro papo.
Em um comparativo entre Xbox e PlayStation hoje, ambos têm seus méritos, mas os rumos são diferentes. No fim das contas, o que deve prevalecer: o prestígio da exclusividade ou o alcance universal da acessibilidade? E mais importante, o que o público realmente está escolhendo?
Inscreva-se no canal GameWire no YouTube e acompanhe nossos conteúdos e produções de parceiros. Siga-nos também no Facebook, Instagram e X, para ficar por dentro das novidades que preparamos especialemnte para você!
Tem uma dica de notícia ou quer entrar em contato conosco diretamente? Então faça contato através do e-mail
Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
ou publicar como visitante
Seja o primeiro a comentar.