Somber Echoes: Um Sci-Fi mitológico que surpreende e encanta

Somber Echoes é uma aventura extremamente polida, divertida e com uma história de ficção científica envolvendo o panteão grego digna de nota.
No ramo de videogames acontece muito ainda de deixarmos passar verdadeiras pérolas. Ano cheio de lançamentos de estúdios maiores, 2025 tem sido abarrotado de experiências fantásticas. E no meio desse calendário, um jogo me chamou a atenção. A obra dos estúdios Rocket Pocket e LEV, Somber Echoes pode ser classificada como um metroidvania até, mas suas mecânicas são tão simplificadas que prefiro vê-lo como um jogo de plataforma clássico, com sua abordagem restrita a mecânicas pontuais do gênero citado.
Backtracking? Temos. Habilidades como pulos dinâmicos e vôo? Temos. Segredos pelo mapa que aumentam sua vida, melhoram armas e te fazem destravar o final verdadeiro? COM CERTEZA. Contudo, o combate é mais simplificado, os inimigos são bem MENOS variados que outros metroidvanias do mercado e não há um sistema complexo de RPG com níveis e estatus NEGATIVOS.
O jogo é direto, sem muita enrolação, e isso torna inclusive sua exploração muito mais divertida apesar de ser um jogo mais curto.
Gráficos
Os gráficos do jogo são muito bonitos. A premissa de ser uma abordagem futurística para mitos gregos envolvendo deuses criou cenários criativos e extremamente detalhados. Nos corredores iniciais me pegava notando os detalhes das casas, das estruturas e nas partes mais decrépitas a desolação e morte espalhadas pelos cenários.
Os chefes são bacanas, bem desenhados e com uma variedade que agrega muito à obra. Lembrando que estamos falando de um estúdio indie que conseguiu trazer variedade e diferentes abordagens de fases para o jogo. Ainda assim, meu único ponto negativo pra essa parte é o design dos personagens principais e secundários. Ao aproximar, percebe-se que não houve tanto cuidado nas modelagens, mas isso é literalmente um ponto fora da curva.
História
Você está na pele de uma guerreira. Seu nome é Andrestia. Seu lar desde sempre tem sido a nave-mãe de Atromitos. Após um evento terrível, a nave é atacada por seres monstruosos e quase toda sua população é extinta. Entre o caos, sua irmã gêmea Harmonia está no papel central e supostamente é a responsável.
Após uma queda fatal, Andrestia é revivida por forças desconhecidas e decide explorar a nave em busca de respostas. Esta é a premissa. Começa simples, discreta e termina com muitas revelações e uma trama final muito boa. Para evitar spoiler nesta análise, a única coisa que eu recomendo ao jogador são as leituras narradas do seu diário para assimilar o que ocorreu.
Os desenvolvedores criaram uma obra distinta, misturando mitos gregos e seus deuses a algo bem diferente do senso comum, como um futuro distópico como cenário ao invés da antiguidade. Outro ponto fortíssimo aqui é como ela é contada: Com narrações. E essas mesmas narrações ficam destravadas em seu diário, podendo revisitá-las sempre que quiser.
Som / Música / Efeitos Sonoros
O jogo tem uma boa qualidade sonora no âmbito geral. As composições no geral dão um tom a cada cenário, mas nenhuma supera o impacto da canção inicial e suas variantes menores. É como se nenhuma outra superasse a qualidade dela.
Efeitos Sonoros são variados e o ponto alto desse quesito. Adrestia pode dar um dash em forma de bola de fogo em diferentes direções e o barulho desse movimento me trouxe muita nostalgia, pois lembra o mesmíssimo som que os barris-canhões de Donkey Kong faziam.
O aviso sonoro de acerto de parry é funcional, os gritos de Adrestia ao levar dano são expressivos. Por ser mais abafado mostra que realmente há algo por trás da armadura.
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Jogabilidade
Pra mim a melhor parte do jogo. Leva um tempo pra pegar o jeito do parry e ataques normais, mas passada a hora inicial logo você estará se esgueirando com classe por Atromitos. O desenho das fases aliado a comandos precisos me divertiram muito durante minha aventura.
Os puzzles são em maioria tranquilos de se resolver, mas o que faz deles especiais foi o uso PRÁTICO das mecânicas aprendidas por Adrestia para resolvê-los. Explorar a nave em busca de um novo caminho ou algo que deixamos passar é muito divertido.
Quando enfatizei que era mais um jogo de plataforma foi nesse sentido. Somber Echoes flerta muito mais com obras mais clássicas do gênero ação e aventura nesses momentos. Nada do que reclamar, apenas exaltar nesse quesito.
Parte Técnica
Excelente. Não tive nenhum BUG sério, Crash ou algum tipo de soft lock no jogo. Fluindo como a água, é uma mudança bem-vinda finalmente jogar uma obra pronta e funcionando sem esses aborrecimentos comuns à nossa época.
O único fator mesmo a se falar são algumas pouquíssimas quedas de FPS em determinadas partes finais. Mas algo ínfimo, mencionado apenas para ser levado em consideração no seu investimento quanto ao jogo.
Resumo da Obra
Somber Echoes entra para um seleto grupo de jogos onde expectativas são superadas. Gráficos bonitos, jogabilidade em 2.5D excelente e uma história criativa e que foge do clichê das abordagens à mitologia greco-romana.
É curto? Sim, as 10 horas para os 100% de jogo e seus 3 finais podem parecer ínfimas em um mundo onde os jogos parecem não ter fim, mas é preferível um pacote fechadinho de 10 horas do que uma repetição cansativa mais de 200 horas. Vai ver, por querer que não acabasse tão cedo, esse acaba sendo o maior problema ao lidar com o jogo.


Este conteúdo foi possível graças a chave cedida pelo portal Patobah!
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Bruno Castelar
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