Uma odisseia pixelada: 9 Years Of Shadows enfim brilha nos consoles

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9 Years Of Shadows é um metroidvania divertido, tem uma linda pixel art brilha com um jogo cheio de referências belíssimas de outras obras do mundo nerd.

Após muitos anos exclusivo apenas de PC e Switch, o estúdio Halberd finalizou o Port de 9 Shadows para os consoles Xbox S/X e PS5. O pequeno estúdio INDIE situado na cidade de Guadalajara no México já está trabalhando no seu próximo jogo e resolveu preparar o terreno com a disponibilidade de sua obra em mais consoles. Sorte tive eu, que pude experimentar em primeira mão com muitos patchs de qualidade de vida a odisséia de Europa em um mundo amaldiçoado e sem cor.

Gráficos

O jogo utiliza pixel art desenhada a mão. Toda a ação é em 2D e consequentemente a arte e a construção de mundo segue este padrão. E aqui o jogo brilha. As armaduras e inimigos são incrivelmente bem desenhados, os NPC’s são variados e o design de inimigos é grotesco no ponto certo. A única coisa que deixa a desejar aqui é a variedade pequena de cenários. Muitos parecem ser o mais do mesmo só que com outra cor ou outro modelo de exploração de cenário. Isso não atrapalha, mas acho que temos muitos exemplos no mercado de que dá pra colocar mais tempero nessa comida.

E não posso deixar de mencionar o Design FANTÁSTICO das armaduras que vamos coletando para a personagem, espalhadas pelo mundo do jogo. Não me surpreende a inspiração CLARÍSSIMA em Saint Seiya, nome original dado à franquia Cavaleiros Do Zodíaco. A fanbase mexicana é tão apaixonada quanto nós brasileiros pela obra de Masami Kurumada. A arte dos quadros de diálogos e cenas de transição também são igualmente belíssimas. Impossível não se apaixonar e respeitar o trabalho dos desenvolvedores em trazer essa identidade ao jogo por mais que seja algo já conhecido por nós. Vai ver é minha nostalgia falando também mas quando o trabalho também é bem feito, vale a pena mencionar.

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História

Uma maldição toma o mundo. Com ela, toda a cor se esvai. As pessoas se tornam más, odiosas e acabam sucumbindo a seu lado mal tornando-se meras sombras do que um dia foram. Europa, uma mulher recém treinada nas artes da alabarda pelo próprio pai decide partir para o Castelo de Talos, o epicentro dessa maldição para acabar de uma vez por todas com a dor e sofrimento que elas causaram a todos que amava. E ela apostará até a sua VIDA nisso.

Eu me simpatizei de imediato com a personagem. Além de serem nobres suas motivações o arquétipo de heroína INVENCÍVEL aqui não tem lugar. E acho isso FASCINANTE. Europa se questiona e na maior parte do tempo apenas irá se defender das atrocidades que encontrará no Castelo de Talos. Seu único objetivo é destruir o demônio Belial, núcleo da pestilência e salvar o mundo. Ver ela crescer em confiança, criar laços com as pessoas que vai encontrando e os desdobramentos e consequências de suas ações são agradáveis de se acompanhar. Há referências do mundo em pedras cristalizadas espalhadas pelo cenário mas GRAÇAS A DEUS não é nada no nível From Software de se vira aí meu chapa. O final é um pouco clichê mas nem por isso ele é ruim, pelo contrário. A história acaba sendo um ótimo fio condutor e vai te prender até o fim do jogo.

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Som / Música e Efeitos Sonoros

Eu sempre coloco esse ponto como primordial em jogos desse gênero. Logicamente, todos os jogos se beneficiam de uma trilha sonora soberba, mas, o gênero metroidvania em si isso costuma ser mais pensado pela influência de outras obras. E o resultado é agradável. O jogo usa uma frequência de 432 hz nas composições, que dizem relaxar bastante o ouvinte.

Por mais que algumas delas não sejam marcantes, à exceção da sala do teatro, viajar entre os mapas ouvindo a trilha acaba sendo extremamente relaxante mesmo. Aqui, a funcionalidade da trilha sonora é a praticidade e até a calmaria. Não nego que gostaria de algo mais rápido, pesado ou até variedade para momentos como lutas contra chefes, mas o trabalho em si é competente e casa com o mundo do jogo. Os efeitos sonoros são bons, condizentes com a proposta, e minha única crítica é a falta de uma diversidade maior de gritos de inimigos ou até mesmo de rivais durante lutas.

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Jogabilidade

Ponto alto. Europa responde muito bem aos comandos e o combate é divertido. A exploração usando diversos aspectos de evolução da personagem e até os elementos das armaduras que ela usa são muito bacanas e dão um tom diferencial à obra. Os inimigos normais variam pouco, mas as batalhas contra os MAIS DIVERSOS CHEFES empolgam. Me surpreendi mais de uma vez não só com a dificuldade inteligente das batalhas, mas nas escolhas de design para lutas contra chefes maiores. O gerenciamento de vida de Europa depende do bom uso de duas mecânicas: Vitalidade e Luz. Europa é frágil e o dano que você toma tem que ser gerenciado com o escudo natural da guerreira que, olhem só, é também a sua BARRA DE LUZ. Ela é seu escudo e também ao mesmo tempo serve como a energia de ataques secundários essenciais para exploração e certos danos específicos em inimigos e chefes.

O tempero do combate é gerenciar seu uso para evitar mortes desnecessárias. A luz pode ser recarregada acertando o timing da barra de sincronia quando ela acaba. Caso não acerte, para evitar dano à VITALIDADE, você tem que se posicionar no momento certo para recarregá-la com o Gatilho Superior do controle. E esse processo tem um certo atraso. A estratégia aqui é saber o momento. O jogo não conta com sistema de níveis e a progressão natural se dá na coleta de upgrades, que aqui vêm no formato de notas musicais e fragmentos específicos para as 4 armaduras do jogo. Evoluir UMA armadura também destrava a força total de um ataque carregado fortíssimo para cada uma. Recomendo priorizar todas as outras a exceção da armadura INICIAL. ME AGRADEÇAM DEPOIS.

Senti falta de uma certa variedade de armas e o sentimento de fortalecimento que o sistema de níveis proporciona. Contudo, depois que entendi que seus ataques se fortalecem evoluindo armaduras, o jogo fluiu muito melhor pra mim. Uma crítica nesse ponto de jogabilidade é que com um mapa massivo, é necessário urgente marcadores para pontos de interesse. Eles fazem MUITA FALTA. Baús, salas inacessíveis e outros itens interessantes precisam urgentemente dessa ferramenta para tornar a exploração mais suave.

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Parte Técnica

Recebi o jogo em sua versão inicial 1.0 e tive pouquíssimas ressalvas com a qualidade geral. Tenham em mente que a versão de lançamento pode ter correções de acordo com o feedback desse crítico e que o jogo foi finalizado faltando quase 2 semanas para o lançamento. Dois bugs de som, como efeitos sonoros de chefes que não se silenciavam com o fim da luta. Reiniciei e o jogo estabilizou. As interações com elevadores e cenários têm atrasos consideráveis e muitas vezes tive de sair e voltar da sala pra eles funcionarem devidamente.

Na ascensão ao elevador de Talos, já nas horas finais, fiquei travado em um diálogo com uma NPC logo ao sair do mesmo, precisando reiniciar o jogo porque além do diálogo não continuar, a janela de conversa continuou na tela como se nada tivesse acontecido. Válido dizer que não tive nenhum crash, bug de save ou algo que prejudicasse minha campanha, então ainda assim o saldo é extremamente positivo.

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Resumindo

9 Years Of Shadows é um bom jogo do gênero Metroidvania / Ação. A história é boa, sua pixel art é BELÍSSIMA e, juntando com uma trilha sonora leve, gameplay divertida e lutas contra chefes excelentes, o jogo tem tudo para agradar os fãs. Sim, talvez ele seja mais linear e simples que outros exemplos do mercado. E SIM, talvez falte uma diversidade maior de inimigos e cenários, mas o saldo ainda é MUITO POSITIVO. A arte e construção de personagens homenageando obras como SAINT SEIYA, pixel art fantástica e menção a jogos icônicos da cena INDIE também são dignos de nota. E sim, tem homenagem a Castlevania. E sim, eu fiquei MUITO FELIZ com isso.

Recomendo!

Nota
Nota Geral

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Bruno Castelar
PSN: Sr-SuaMae
Fã de videogames. Joga no Playstation mas cresceu jogando em todas as plataformas possíveis. Indies são tão bons quanto AAA, Resident Evil 4 Remake é meu GOTY pessoal de 2023. Jogo de tudo um pouco a exceção RPG's de turno.
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