Wolfenstein: O reboot que eu não esperava amar tanto
Wolfenstein da Machine Games encanta com sua gameplay brutal, narrativa excepcional e gameplay viciante. Youngblood patina, mas ainda entrega uma boa dose de adrenalina e vale a pena em promoções.
Hoje falarei de algo que anda assolando o gamer moderno: Backlog. Termo chique, não é mesmo? Backlog é a gíria que usamos para os jogos que vamos deixando de escanteio, até que, sem aviso prévio, acabamos jogando. Não é por falta de jogos, tampouco por falta de tempo. É o momento que dita. E eu, sedento por um jogo de tiro frenético com boa história, resolvi tentar mais uma vez a franquia Wolfenstein. O reboot, New Order, eu havia jogado há alguns anos. Desencanei porque, na época, queria jogar outras coisas. Decidi voltar e MEU DEUS, que decisão fantástica essa. A beleza de gostar de videogame é essa: jogar um jogo que ficou fora do seu radar por 11 anos e se apaixonar perdidamente pela história, gameplay e premissa.
Wolfenstein: The New Order dá início a uma série de jogos feita pela empresa MachineGames, a mesma de Indiana Jones, lançado ano passado no Xbox. Temos a prequel lançada em 2015, chamada The Old Blood, The New Colossus, em 2017, como a sequência de The New Order, e o patinho feio, com foco total na ação e até mesmo coop, Youngblood, em 2019. Esse último, apesar da ação frenética, peca em ritmo e história. Ainda assim, o recomendo porque a gunplay é extremamente divertida. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!
O ano é 1946. Os nazistas estão vencendo a guerra. Equipamentos de última geração aliados à força brutal da máquina de guerra nazista deixam o comando aliado desesperado. Você é William J. Blazkowicz, um soldado de elite que já embarcou em missões perigosas antes e deve matar o general nazista Deathshead, um sádico que faz experimentos macabros usando corpos de pessoas debilitadas. O trabalho do cientista nazista tem fortalecido a máquina de guerra de Hitler, e cabe a você, e apenas você, pará-lo. Pressão nenhuma, correto?
Wolfenstein tem uma estética única. Unindo o steampunk, o sobrenatural e uma realidade paralela onde os nazistas vencem o conflito, a fórmula para o sucesso é garantida. O gunplay é frenético, a brutalidade com que você mata os nazistas é extremamente satisfatória, e não bastasse os ótimos gráficos, a sonografia fantástica e os cenários opressores, onde até mesmo um pequeno esconderijo guarda milhares de coletáveis e segredos, o jogo nos apresenta uma história maravilhosa, onde o estranho e o belo se encontram. Me perdi nos monólogos de B.J. entre as missões. Os áudios de Anya relatando a ocupação nazista da Alemanha ou o quanto você se afeiçoa aos personagens da resistência é algo que não se vê com tanto esmero nos dias de hoje. Wolfenstein: The New Order é uma viagem frenética por um mundo opressor, onde um dos regimes mais sórdidos que já viu a luz em nosso mundo reina com mão de ferro. O final dramático e pesado abre caminho para a sequência, The New Colossus, que é um show à parte e choca tanto quanto cativa em seus primeiros minutos. É o primeiro jogo que me recordo onde atiro em um nazista em uma cadeira de rodas. Falarei bem pouco de The New Colossus, meu leitor, porque ele é tão bom, tão chocante e tão brutal que quero que você o descubra como eu fiz: sem ideia do quão impactantes seriam suas narrativas e como a gunplay continuava frenética e divertida. Em resumo: apenas viva essa experiência.
VOCÊ TAMBÉM PODE SE INTERESSAR
➡️ Clair Obscur: Expedition 33 é uma jornada de RPG com influências inovadoras
➡️ Expansão da franquia Baldur's Gate: Hasbro indica novidades em breve
➡️ GTA 6 impulsionará a indústria e pode atrair novo público
➡️ O remake de Silent Hill 2 e as escolhas criativas da Bloober Team
The Old Blood é uma prequel, lançada em 2015, quase um ano depois de The New Order. Considerado o favorito de muitos fãs desse reboot, o trabalho da MachineGames corrobora isso. The Old Blood homenageia os jogos originais com a famosa excursão ao Castelo Wolfenstein, que dá nome à franquia. Ele é mais curto, porém oferece desafios extras após o fim da campanha, que, apesar de menor, é tão divertida e rejogável quanto a de The New Order. A premissa é simples: você e outro agente devem se infiltrar no famigerado castelo e descobrir o que os nazistas estão tramando. Rumores entre as fileiras aliadas indicam que eles estão usando armamentos fantásticos para virar a maré da guerra, e você, novamente como Blazko, deve recuperar uma maleta secreta que revela o paradeiro do galpão de Deathshead. Oito episódios te aguardam. Jogaço!
Deixei o melhor para o final, caro leitor! Sim, porque precisamos rir — e muito — para não enlouquecer às vezes. Eu não sei o que a Bethesda tinha em mente, mas a verdade é que Youngblood é uma anomalia temporal, tal qual sua história pode sugerir. William B.J., o famoso exterminador de nazistas, teve filhas. E essas filhas são treinadas desde pequenas para o quê? SIM, MATAR E INUTILIZAR DE DIVERSAS FORMAS TODO E QUALQUER NAZISTA QUE VEREM PELA FRENTE.
Na trama, seu pai vai até Paris em uma missão para diminuir a influência do regime na cidade e acaba sumindo. Impulsivas, elas vão atrás dele e acabam se envolvendo no conflito. O roteiro é simples demais, a história é simples DEMAIS e as meninas... Com exceção do elenco de suporte, que é até bacana, elas são... peculiares. Piadas desnecessárias e diálogos bobos marcam a experiência, onde o que reina é o foco no tiroteio desenfreado e na conclusão da famigerada missão. Você deve derrubar três torres lotadas de nazistas em diferentes áreas da cidade, aumentar e expandir seu arsenal e achar seu pai. É basicamente isso.
O ponto forte? A ambientação é maravilhosa, a gunplay é insana de tão divertida e expandir e melhorar seu arsenal é algo tão bom quanto no segundo jogo da franquia. No mais? Esquecível. O lado bom de Youngblood é que, aparentemente, a história se passa em uma linha temporal diferente da principal, então, ao menos, o estrago é reduzido. Outro fator interessante é que o jogo pode ser jogado em coop. Se você ADQUIRIR a versão Deluxe, pode jogar com um amigo a campanha inteira sem que ele precise pagar pelo jogo também. Ao menos tem seus pontos fortes, não é mesmo?
Curiosamente, Youngblood foi o primeiro que terminei e, no fim, não achei uma experiência tão ruim como é falado na internet. Vá para se divertir e, sem pensar nos outros jogos, você terá em mãos um bom jogo.
Vivemos em uma época um pouco turbulenta quando falamos de videogame. Nada tá bom, nada presta. Olhando para os jogos que não aproveitei, a lição aprendida com Wolfenstein é que literalmente o problema não é a falta de jogos, talvez, e sim nossa disciplina. Poder jogar essas obras fantásticas a preços módicos foi uma experiência fantástica. Eu recomendo toda a franquia sem sombra de dúvidas para qualquer fã de um bom FPS singleplayer.
As expectativas não foram só correspondidas, elas foram superadas. A franquia Wolfenstein segue em boas mãos e aguardo ansiosamente Wolfenstein 3!
Inscreva-se no canal Geek TV, o canal oficial do Geek Fusion no YouTube e acompanhe nossos conteúdos e produções de parceiros. Siga-nos também no Facebook, Instagram e X, para ficar por dentro das novidades que preparamos especialemnte para você!
Tem uma dica de notícia ou quer entrar em contato conosco diretamente? Então faça contato através do e-mail
Bruno Castelar
PSN: Sr-SuaMae
Fã de videogames. Joga no Playstation mas cresceu jogando em todas as plataformas possíveis. Indies são tão bons quanto AAA, Resident Evil 4 Remake é meu GOTY pessoal de 2023. Jogo de tudo um pouco a exceção RPG's de turno.