
Mandragora: Whispers of the Witch Tree entrega qualidade e diversão
Feito pelo estúdio Primal Game Studio em parceria com Knights Peak, Mandragora é um Soulslike 2D com pitadas de metroidvania. Experiência agrada e diverte.
Essa Mandragora não grita tanto quanto a do Harry Potter, mas promete.
Como fã de jogos Souls e Metroidvania, eu não consegui tirar os olhos de Mandragora. Os gráficos, pautados em uma direção de arte mais sombria, a gameplay crocante e o mundo em declínio me fisgaram na hora. Anunciado no dia do meu aniversário, em fevereiro de 2022, desde então acompanhei o jogo de perto. Hoje, às vésperas de seu lançamento, posso afirmar com certeza: a espera valeu a pena.
Mandragora é um jogo INDIE fabuloso, com um voice acting excepcional, legendas em português (ALO NINTENDO!) e muito CONTEÚDO. Se você quiser completar o jogo, espere por uma média de 30 a 40 horas – e isso com apenas um personagem. O fator replay está garantido pelos diferentes estilos de combate, finais alternativos, missões secundárias, além da obtenção de equipamentos e completação do bestiário.
Vamos à análise:
O menu de criação de personagem é simples e direto: Homem ou Mulher, cabelo, tom de pele, tatuagens... Enfim, básico.
Mandragora começa nos mostrando o contexto de seu mundo, com uma breve explicação sobre quem é o nosso personagem:
Você é um Inquisidor, um guerreiro temente ao Rei Sacerdote. Sendo parte da elite da guarda real, você é um dos poucos humanos capazes de usar magia, com o propósito de proteger o reino de ameaças sobrenaturais.
Durante o julgamento de uma bruxa, no castelo da Cidade Carmesim, um suspiro, uma voz guia sua lança, que atravessa o coração da besta, dando um fim ao seu sofrimento. O rei, ao ver uma oportunidade e querendo acalmar a multidão enfurecida, interpreta o ato como uma vontade divina.
E é aí que as coisas começam a ficar interessantes.
A história é escrita por Brian Mitsoda, de Vampire: The Masquerade – Bloodlines, então esperem um altíssimo nível em roteiro e escrita.
Direção de arte e dublagem do jogo são espetaculares e me surpreenderam demais. Trabalho de qualidade notável pra um projeto INDIE.
Os gráficos são ótimos. Os cenários de fundo são repletos de detalhes, e os sets, armas e inimigos possuem um design competente. Os efeitos de chuva e sangue também contribuem bastante para a imersão.
Os menus são didáticos, com exceção do acesso ao mapa, que exige, além do botão para abrir a aba, um segundo comando com R1 para efetivamente acessá-lo. Ao menos há marcadores, e o mapa se torna bem interessante de explorar logo no início, quando o cartógrafo é liberado.
Geralmente, metroidvanias atuais têm dificuldade em situar o jogador no mundo, oferecendo mapas confusos e excessivamente artísticos. Isso me irrita profundamente, como é o caso de Hollow Knight. Mas, felizmente, esse não é o caso de Mandragora.
Marquei baús, pontos de interesse e interações com cidadãos à vontade, sem me perder por um minuto sequer.
Destaque também para a construção do mundo de Faelduum. Pântanos, vilarejos, florestas, castelos, cemitérios e mansões assombradas são apenas algumas das localidades que você irá explorar durante a sua jornada.
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O jogo tem uma Claymore. O jogo tem builds focadas em guerreiros pesados. Eu repito, tem Claymore .
O jogo conta com um HUB principal, onde NPCs vitais ficarão reunidos, chamado A Árvore da Bruxa.
O combate é, para mim, o ponto alto do jogo. É simples e funcional, com uma camada de complexidade que se revela conforme se avança, mas sem nunca ser frustrante.
Espere encontrar barras de estamina, vida e mana, além de uma nova barra chamada Adrenalina, voltada para classes de batalha. Ela é essencial em combate: quanto mais você ataca, mais adrenalina acumula. Em troca, você poderá usar movimentos especiais, como ataques cortantes e outras habilidades poderosas.
A moeda do jogo é o OURO, utilizada para adquirir itens com comerciantes. Em alguns casos, também será necessário usar a ENTROPIA, uma energia mágica latente que o Inquisidor absorve de inimigos derrotados. Apenas pessoas sensíveis à Entropia conseguem transformá-la em poder e subir de nível, utilizando as Pedras Mágicas de Bruxa — que funcionam como os tradicionais pontos de salvamento, recuperação de poções de vida e renascimento de inimigos, como todo bom Soulslike que se preze.
O sistema de progressão de nível não segue o padrão tradicional em que os atributos sobem automaticamente. Em vez disso, você evolui por meio de uma árvore de habilidades pré-estabelecida, de acordo com a classe que escolher. Será possível evoluir atributos como força, destreza e até mesmo voltados para magia, seguindo diferentes caminhos específicos.
Esse sistema me agradou bastante porque oferece opções para todos os estilos de jogo:
Você pode ser:
-
Um assassino, com foco em dano rápido e veneno;
-
Um guerreiro, que utiliza armas convencionais e manipula dano de raio ou natureza (como o jogo descreve);
-
Ou outras classes igualmente divertidas e funcionais, que se adaptam ao seu estilo de jogo.
E sim, caro leitor, os inimigos também infligem esses mesmos tipos de dano, então leve em consideração cada build ao explorar regiões onde certos elementos são mais comuns.
O meu personagem, um guerreiro pesado, é especialista em infligir sangramento, que gera dano contínuo e enfraquece a resposta dos inimigos.
Você também poderá equipar habilidades em slots pré-determinados. As que mais uso são o parry e o ataque cortante com sangramento.
Além disso, equipamentos, melhorias e upgrades — como adicionar danos elementais específicos — podem ser feitos com um ferreiro, da forma tradicional, como deve ser.
Da pra fazer carinho no gato. Meu cavaleiro Onofre , o bofe , apelidou esse de zézinho!
Efeitos sonoros e trilha sonora importam — e muito — em um jogo, e aqui devo dizer que o trabalho foi realizado de maneira bastante competente.
A trilha sonora leva a assinatura de Christos Antoniou (SEPTICFLESH) e, apesar de ser muito boa, carece de momentos mais épicos que poderiam elevar ainda mais a experiência em certos trechos da jornada.
Já os efeitos sonoros merecem um destaque especial: o som de carne sendo cortada, metal contra pedra, raios estalando, inimigos resmungando e criaturas soltando rugidos... tudo aqui é variado, funcional e extremamente imersivo.
Dizer que o jogo surpreende, caro leitor, pode até soar forçado vindo deste crítico, mas é importante lembrar que este é um projeto menor, com fundos arrecadados em parte por jogadores via Kickstarter.
E posso afirmar com segurança: os desenvolvedores entregaram um jogo com qualidade de fazer inveja a muitos títulos AAA do mercado.
Da pra ver potência até no cuidado com as logos do jogo.
Considerações finais
Mandragora é um jogo espetacular. Com gráficos de qualidade, combate satisfatório e uma história madura, ele entrega um pacote imperdível para fãs do gênero.
E mesmo para você que está pensando em começar a desbravar o mundo dos Soulslikes, o jogo oferece inúmeras opções de acessibilidade, que vão desde a redução de dano até ajustes na resistência dos inimigos, permitindo que cada jogador encontre sua própria experiência.
Mandragora: Whispers of the Witch Tree é extremamente recomendado.
Aspectos técnicos e NOTA FINAL
Gráficos: 8,5
Sonografia: 9
História e roteiro: 9
Diversão: 9,5
Nota Final: 9
Mandragora estará disponível a partir do Dia 17 de Abril de 2025 para PlayStation 5, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e PC.
Esta análise foi possível graças a chave cedida pelo site Patobah! Nossos mais sinceros agradecimentos!
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Bruno Castelar
PSN: Sr-SuaMae
Fã de videogames. Joga no Playstation mas cresceu jogando em todas as plataformas possíveis. Indies são tão bons quanto AAA, Resident Evil 4 Remake é meu GOTY pessoal de 2023. Jogo de tudo um pouco a exceção RPG's de turno.