Carmack diz que otimização de software pode salvar a indústria de games

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Criador de Doom diz que a indústria criou um ciclo vicioso, obrigando a consumo cada vez mais constante de novos hardwares.

PRA RESUMIR

➡️ John Carmack critica a indústria por não priorizar a otimização de software, o que leva à dependência de hardware caro e cada vez mais avançado.
➡️ Laurie Voss lançou uma provocação: e se o mundo parasse de produzir processadores? Carmack respondeu que, com softwares mais eficientes, o problema não seria tão grave.
➡️ A cultura de ineficiência nos jogos e sistemas operacionais está forçando os usuários a trocarem de máquinas com frequência, enquanto os preços de hardware e jogos continuam subindo.

Imagine um mundo onde a produção de processadores simplesmente parou. Essa hipótese foi levantada por Laurie Voss, pesquisadora do Google, como um exercício de reflexão: o que aconteceria se a humanidade fosse obrigada a viver apenas com os chips já existentes?
Para John Carmack, lendário programador e criador de clássicos como Doom e Quake, a resposta é clara — e preocupante. Se os softwares fossem realmente otimizados, muito do que usamos hoje poderia continuar funcionando sem problemas, mesmo com o hardware atual. O problema, segundo ele, é que a indústria se acomodou em soluções cada vez mais pesadas, que dependem de chips mais rápidos e caros, criando um ciclo vicioso.

Carmack entrou na discussão provocada por Laurie e foi além: explicou que, na prática, o impacto inicial de um “apocalipse dos processadores” seria financeiro. Sem novas gerações de CPUs e GPUs, os preços de peças e computadores explodiriam. Processadores Xeon poderiam se tornar itens mais valiosos do que ouro, enquanto sistemas de refrigeração extrema e técnicas como undervolting seriam populares para tentar prolongar a vida útil dos equipamentos.

Com o passar dos anos, os smartphones começariam a falhar devido a problemas físicos, como fadiga nas soldas, e os carros sem eletrônica se tornariam artigos de luxo. A internet se tornaria privilégio dos ultrarricos, acessada via satélite, enquanto a maioria dependeria de redes paralelas e transferências físicas de arquivos por SSDs. No fim das contas, computadores antigos como iMacs G3, Game Boys e Commodores seriam os sobreviventes, e o mundo tecnológico regrediria para o nível das décadas de 1970 ou 1980.

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Para Carmack, esse cenário distópico poderia ser amenizado com uma mudança de mentalidade: investir em software mais leve, mais enxuto e mais eficiente. Ele reforça que a maioria dos aplicativos e jogos poderia rodar em hardware mais antigo, se os desenvolvedores priorizassem o desempenho em vez de recursos estéticos desnecessários. Como exemplo, cita o Windows 11, que exige no mínimo 4 GB de RAM, mesmo quando poderia ser muito mais leve. Ou os jogos AAA, que precisam de placas gráficas caríssimas para rodar em 30 FPS, mascarando sua ineficiência com truques como DLSS e geração de quadros.

Essa dependência de hardware cada vez mais caro cria um mercado onde o consumidor é forçado a trocar de máquina em ciclos curtos, enquanto as empresas se beneficiam da obsolescência programada.

Carmack acredita que a solução está em softwares mais otimizados e bem projetados, que usem melhor o hardware disponível. Isso prolongaria a vida útil dos equipamentos e daria uma folga para os consumidores. No entanto, poucos parecem dispostos a seguir esse caminho. Enquanto isso, os preços seguem subindo, e o ciclo de consumo voraz continua.

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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
Web Designer, apaixonado por tecnologia e gamer orgulhoso de acompanhar todas as gerações e seus grandes títulos.
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