Nikoderiko: The Magical World é a incrível mistura de dois grandes clássicos com um toque moderno

A releitura mágica que mistura a nostalgia de Donkey Kong Country e Crash Bandicoot em um jogo vibrante e incrível.
Se você, assim como eu, carrega a doce memória dos 16-Bits e vibrou com o lançamento de Donkey Kong Country – aquela revolução visual e jogabilidade impecável – ou deslizou e girou pelos polígonos dos 32-Bits com Crash Bandicoot, prepare-se para uma viagem de volta que é, ao mesmo tempo, fresca e familiar. Nikoderiko: The Magical World - Director's Cut não se contenta em apenas homenagear essas lendas, ele bebe diretamente em suas fontes com uma sede revigorante, entregando uma experiência que é, ouso dizer, sólida e profundamente satisfatória.
Na pele de Niko ou Luna, dois mangustos em uma aventura épica contra os Cobritos, o jogo estabelece imediatamente seu charme. O jogo permite encarar a aventura sozinho ou num velho um co-op de sofá que resgata um aceno caloroso aos tempos em que sentar lado a lado com um amigo era a única forma de dividir a alegria de um videogame. Os mundos são um deleite visual: de selvas exuberantes a cavernas misteriosas, cada cenário é incrivelmente convidativo. A arte é um show à parte, com uma paleta de cores vibrante que salta da tela, lembrando-nos que beleza e encantamento podem florescer até nas áreas mais escuras.
A maior virtude e o ponto alto da atualidade de Nikoderiko reside em sua ousada mistura de perspectivas. A transição fluida do tradicional side scrolling, que nos remete diretamente ao ritmo viciante de Donkey Kong Country, para momentos 3D com a câmera fixa, onde corremos para ou contra a tela no estilo Crash Bandicoot, é simplesmente genial. Esta jogabilidade híbrida mantém o ritmo dinâmico e surpreendente, honrando as técnicas clássicas de seus antecessores, mas as apresentando com um brilho moderno.
Os visuais são reforçados por animações excelentes e um uso sofisticado de efeitos de luz, sombra e reflexos, que dão um toque moderno e um certo realismo – uma prova de que o saudosismo pode ser tecnologicamente avançado.
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E o que dizer do som? A inclusão de David Wise na trilha sonora é um gol de placa, um endosso de peso que não pode ser ignorado. A mente por trás das melodias inesquecíveis de Donkey Kong Country e Battletoads entrega músicas espetaculares, criando uma atmosfera sonora rica que é, por si só, uma carta de amor aos clássicos. Some-se a isso uma dublagem em português brasileiro charmosa demais, que injeta personalidade e carisma nos personagens, e temos uma experiência imersiva de ponta a ponta.
No entanto, nem tudo é perfeição nostálgica. O jogo, embora leve e com fases que buscam ser objetivas, deixa um "gostinho de quero mais". A simplicidade e a sequência fácil de memorizar dos chefes de fase não chegam a reinventar a roda. São batalhas básicas que cumprem seu papel, mas poderiam ter tido um desafio mais profundo ou uma duração mais consistente.
A jogabilidade, o coração de qualquer plataformer, tem seus pequenos deslizes. É inegável que, em momentos frustrantes, o balanceamento entre o comando do jogador e a agilidade na tela não corresponde 100%. Colisões falhas contra inimigos ou em pulos de plataforma não são frustrantes, mas são notáveis. Felizmente, a ajuda de amigos animais adiciona uma camada divertida e funcional para a exploração.
Tecnicamente, o uso da Unreal Engine é bem-feito, mas os longos carregamentos entre o mapa e as fases são, sem rodeios, bem chatos. É um ponto fraco que quebra a imersão e sugere que o trabalho de otimização, apesar de o jogo rodar majoritariamente a 60fps (com raras e momentâneas quedas), poderia ser melhor.
Apesar dos pequenos tropeços técnicos e ajustes de gameplay necessários, Nikoderiko: The Magical World - Director's Cut é uma celebração magistral de duas gerações de plataformers. Ele é a prova viva de que a fórmula clássica – aliada a um visual estonteante, uma trilha sonora lendária e personagens extremamente cativantes tem potencial ilimitado.
Para quem ama os desafios 2D e 3D do passado, este jogo não é apenas um "vale a pena", é uma aquisição obrigatória. Ele nos envolve em seu mundo mágico, um lugar de onde, sinceramente, não gostaríamos de sair nunca.
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Marcos Paulo I. Oliveira
MPIlhaOliveira
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