Moonlighter: Quando a aventura nas dungeons é só metade da jornada

Um indie surpreendente transforma a fórmula dos rogue-likes ao combinar combate desafiador, uma economia viciante e o charme inconfundível da pixel art.
Quando eu comecei a jogar Moonlighter, confesso que achei que seria apenas mais um dungeon crawler divertido, daqueles perfeitos para passar o tempo. E de fato, ele é perfeito pra isso. Mas, o que eu não esperava, é que esse jogo fosse muito mais do que aparentava ser à primeira vista. E, sinceramente, se tornou uma das melhores surpresas que tive nos games nos últimos anos.
Desenvolvido pelo estúdio espanhol Digital Sun, Moonlighter é aquele tipo de jogo que te ganha primeiro pelo visual. A pixel art aqui é simplesmente maravilhosa, cheia de detalhes, vida e personalidade. Cada pedacinho da vila de Rynoka, cada sala nas masmorras, cada personagem — tudo parece ter sido feito com um cuidado absurdo, daqueles que você percebe de longe. Mas, a beleza visual é só a porta de entrada pra algo muito maior.
Você assume o papel de Will, um jovem comerciante que leva uma vida dupla. De dia, ele cuida da sua loja, ajustando preços, atendendo clientes e garantindo que os lucros estejam no azul. À noite, ele se aventura nas misteriosas masmorras que surgiram ao redor da cidade, lutando contra monstros, coletando itens e, claro, buscando desvendar os segredos desses portais que se abrem para mundos desconhecidos.
E é aqui que o jogo te fisga de vez. A dinâmica de Moonlighter é simplesmente genial. Você explora as dungeons, enfrenta inimigos e coleta itens — algo comum em qualquer rogue-like. Mas, ao invés de simplesmente vender esse loot em um menu qualquer, você literalmente abre sua loja, organiza os produtos nas prateleiras, escolhe os preços e observa a reação dos clientes. Eles vão te mostrar, na carinha mesmo, se acham que aquele preço tá caro, barato ou justo. E sim, existe toda uma estratégia nisso. Tem aquele momento que você sabe que tá vendendo um item mais caro do que deveria, o cliente até reclama, faz uma carinha meio brava... mas leva mesmo assim. E você fica feliz, porque, né, negócio é negócio.
E o mais engraçado é que chegou um ponto da minha jogatina que eu já nem tava tão preocupado assim em avançar nas dungeons. Eu queria, de verdade, era administrar minha loja, expandir a cidade, melhorar a loja, contratar ajudantes... Cara, é viciante. Parece até estranho falar isso de um jogo que, teoricamente, é sobre exploração de masmorras, mas essa dualidade entre ser comerciante e aventureiro é o que faz Moonlighter ser tão especial.
Mas não se engane achando que o combate fica em segundo plano. As dungeons são desafiadoras, principalmente porque o jogo carrega elementos clássicos de rogue-lite — ou seja, tudo é procedural, muda a cada vez que você entra. Então, se você vacilar, perde tudo que coletou naquela incursão. Isso cria aquele dilema constante: "Será que exploro mais um pouco ou volto pra não perder o que já consegui?" E, olha, esse risco torna cada escolha muito mais emocionante.
A trilha sonora, assinada por David Fenn, é outro show à parte. Ela te embala de uma forma quase hipnótica, seja nos momentos calmos da loja, seja nas batalhas tensas das masmorras.
Moonlighter é aquele jogo que começa parecendo pequeno, mas que te surpreende a cada hora jogada. Uma mistura perfeita entre ação, aventura, gerenciamento e aquele toque mágico dos jogos independentes que são feitos com amor. Eu comecei jogando achando que era só pra passar o tempo, e terminei querendo que ele nunca acabasse.
Se você gosta de jogos que conseguem te surpreender, que oferecem uma experiência diferente, carismática e extremamente divertida, Moonlighter é, sem dúvida, uma escolha obrigatória. E te garanto: depois de algumas horas, você também vai se pegar pensando mais nos lucros da sua loja do que nos tesouros das dungeons. E tudo bem… faz parte do encanto desse jogo.
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Rafael Bastos
ORafaJoga
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