SOMA é um mergulho desconfortável e inesquecível no fundo do mar e da mente.

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Uma imersão profunda entre ficção científica, terror psicológico e dilemas éticos.

Versão: Nintendo Switch
Data de lançamento: 24 de julho de 2025
Plataformas: PC, Xbox Series e PlayStation 5
Desenvolvedor: Frictional Games
Distribuidor: Abylight
Gênero:  Survival Horror, Walking Simulator

Lançado 24 de julho de 2025 para o Nintendo Switch, é um jogo de terror onde você chega achando que tudo o que vai acontecer é só ouvir umas músicas que te deixam tenso, umas luzes que apagam DO NADA, barulhos esquisitos e sai questionando o que é a vida, seres humanos, a revolução das IA’s e qual o limite da humanidade no pique de Blade Runner. E se vê mergulhado em questionamentos profundos e filosóficos (você é obrigado e compelido a isso com suas escolhas). É ficção científica pesada com um tempero de thriller psicológico e jumpscares gratuitos.

Ambientação e atmosfera

A Abylight conseguiu perfeitamente manter a essência da versão original da Frictional Games (dos mesmos criadores da série de terror aclamada “Amnesia”), mesmo em um console portátil, e isso em si já é um ponto forte. A ambientação submarina claustrofóbica é impecável: tubulações rangendo, luzes falhando, sons metálicos de estruturas antigas prestes a ceder e eventualmente cedendo (você só não saberá quando). O jogo não precisa apelar para monstros a cada esquina, porque o próprio cenário já é sufocante e intenso. Aqui, o terror é mais existencial do que visual (coisa que eu não sabia quando comecei a jogar).

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Narrativa

Esse é o grande trunfo. Você joga como Simon Jarrett, que acorda na estação subaquática de PHATOS-II após um acidente, tendo diversos ajudantes, tais como Catherine Chun, sua guia maravilhosa e preocupada, e as IA’s, como Currie e a máquina WAU. É um jogo que levou um tempo pra me pegar, principalmente por eu não ter jogado jogos do gênero “terror”, mas quando menos percebi eu estava completamente imerso no universo, louco para terminar e isso me fascinou bastante, já que a história não trata apenas de sobreviver, mas da nossa própria condição como seres conscientes/pensantes e da nossa capacidade de escolha. O jogador é obrigado a lidar com paradoxos éticos que não têm respostas fáceis (devo matar? É humano? Está vivo ou morto?). É um jogo que te deixa extremamente desconfortável e foi feito para ser propositalmente assim. Não é um jogo para quem quer “apenas jogar”; é para quem quer ter emoções profundas e divergentes enquanto joga. Algumas partes me pegaram muito com um dilema moral PESADO (que não vou contar para não dar spoiler) e o final (tem variações a depender das suas escolhas, mas o fim é o mesmo) é ABSOLUTE CINEMA, MEUS AMIGOS!

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Jogabilidade

Aqui mora a parte mais difusa na minha opinião. A movimentação é lenta e os encontros com inimigos são frustrantes, já que o jogo não te dá muitas ferramentas além de se esconder e esperar (isso na vida de um ansioso como este que vos fala é aterrorador). Isso pode soar repetitivo para quem está acostumado com ação, mas é coerente com a proposta. Os controles respondem bem, mas a sensação de impotência e lentidão é constante. Passei o jogo inteiro querendo arma, atirar, salvar ou explodir as coisas. Entretanto, tecnicamente, é um estilo de jogo diferente e brilhante, casando perfeitamente com a temática e a proposta do jogo.

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Visual e som

Graficamente, me pegou um pouco, não é aquele jogo que vai disputar com os grandes AAA da atualidade, mas o design é tão bem pensado que isso só importa no início; depois que você entra de fato na história, até esquece do gráfico. Cada corredor e cada terminal têm uma função narrativa, não estão ali só para enfeitar. Já o áudio merece destaque: com fones de ouvido, a experiência fica quase insuportavelmente imersiva, cheia de ruídos ambientais, sons de fundo e uma música tensa que deixam todo o ambiente muito vivo.

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Port da Abylight Studios

O trabalho da Abylight neste port é digno de nota: estável, bem otimizado e sem cortes que comprometam a experiência original. Senti apenas uma leve pixelada ao colocar o console para a TV, coisa que não há jogando apenas no console. É raro ver um estúdio menor entregar uma adaptação tão fiel sem virar um festival de bugs ou queda na performance.

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Conclusão

SOMA não é para todo mundo. Se você quer explosões, armas e ritmo frenético, vai se frustrar. Mas, se busca uma experiência narrativa única, que mistura filosofia ética com terror psicológico de forma inteligente, esse é um jogo obrigatório. Tecnicamente, ele acerta mais do que erra e ainda hoje consegue ser extremamente relevante dentro do gênero.

Fun fact: este jogo completará 10 (dez) anos no dia 22 de setembro de 2025; são 10 anos dessa obra maravilhosa.

 

NOTA GERAL

9

 

Este conteúdo foi possível graças a chave cedida pelo portal Patobah!

O GameWire agradece a confiança e parceria.

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Felipe Silva
Miojo
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