The Precinct é uma homenagem aos clássicos, mas com algumas derrapadas na jogabilidade

The Precinct é bom jogo de ação com câmera isométrica. Homenagem aos GTA’s clássicos é maravilhosa ainda que patine na jogabilidade em geral.
Averno City, 1983. Você é Nick Cordell, filho de um importante agente de segurança que acabou morto por uma gangue de marginais. A corrupção reina na cidade e a criminalidade paira mesmo sob a luz do dia, e cabe a você, seguindo os passos do seu pai, tornar Averno mais segura e de quebra achar e PUNIR os responsáveis pela morte dele. Clichê? Totalmente. Ruim? Nem de longe.
A dublagem competente, a história simples mas crível e a câmera saudosista que remete à fórmula clássica de um GTA criam uma atmosfera completamente ímpar. E como não pensar nos grandes blockbusters dessa mesma década, como Máquina Mortífera ou Um Tira da Pesada? A gameplay ainda precisaria de ajustes, mas é impossível negar que The Precinct é um ótimo jogo. Vamos à análise!
Gráficos
The Precinct tem bons gráficos, mas nada fora do comum. A decisão de usar uma arte que lembra uma HQ ou um cell shading é acertadíssima. Destaque para os MODELOS dos personagens durante as falas e briefings de missões. Efeitos de chuva, a iluminação neon que emana das placas de hotéis e bares... Tudo muito bem feito para a proposta do jogo. Destaque para o efeito de umidade nos asfaltos.
Toda a ambientação remete à década de 1980, desde os carros até a cidade, e esse é um dos pontos mais altos do jogo. Os modelos in-game dos personagens e até NPCs são simples, mas bem variados. Às vezes, um bom feijão com arroz funciona melhor do que tentar inovar e cair na armadilha de tentar algo novo sem sucesso ou apelo de público.
História
The Precinct tem uma história que segue o bom e velho clichê de legado. Literalmente, você é um policial novato que resolve seguir a mesma vida difícil e arriscada de ser um agente da lei incorruptível e forte como seu pai foi. O jogo começa com essa premissa simples, mas logicamente, conforme você vai investigando gangues, avançando na campanha enquanto resolve crimes menores que variam de vandalismo a porte de drogas, você descobre que as coisas estão mais podres do que aparentam ser e podem envolver gente de lugares que você jamais imaginaria.
Outra coisa que me agradou é o CUIDADO em separar o contexto narrativo de missões da história das missões mais simples de mundo aberto. Explico: No jogo, você cumpre turnos e rondas como um policial, resolvendo uma série de crimes, porém, quando acontece um avanço nas histórias paralelas e na principal, o jogo te direciona neste turno em questão para resolver esta missão diretamente. Alguns acharão ruim pela falta de liberdade, mas para um sandbox com um mundo relativamente pequeno e focado em história, serão minoria. E essas situações são divertidas a ponto de querermos mais no decorrer do jogo.
Som / Música
O jogo faz um bom trabalho aqui também. Para quem é fã de séries e dramas policiais, virão à memória trabalhos como Law and Order e até Shaft. O personagem se enquadra nesse quesito também. Falando nisso, vale mencionar o belíssimo trabalho de atuação e voz dos personagens. Esse segmento me agradou muito.
Há jogos que, mesmo sendo projetos menores, conseguem essa façanha, mas nem sempre com a qualidade que The Precinct apresenta aqui. Todos muito coesos e de acordo com suas personalidades distintas. Outro ponto bacana de mencionar é a total localização para nosso idioma com vozes em inglês. Pouquíssimos erros na tradução, trabalho excepcional.
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Jogabilidade
Aqui o jogo derrapa um pouco. E quando falo derrapar, inclusive até na gameplay motorizada. Os carros em alguns momentos têm personalidade própria e ficam difíceis de controlar. Perseguições são constantes e algumas vezes irritantes por parecer que você dirige no gelo. E sim, boa parte do tempo do jogo você estará em corridas ilegais ou treinos de condução de viatura justamente focados nisso. E aí, meu amigo, haja muita paciência. Repeti uma corrida ontem umas 10 vezes simplesmente por conta desses pormenores. A pé, melhora um pouco.
Você tem um botão de correr, mirar, atirar, guardar armas ou selecionar uma de seu personagem usando os direcionais. Uma variedade menor, mas funcional, que conta desde tasers a uma gloriosa SPAS-12. Uma coisa muito bacana é o sentimento de estar no controle de um policial. Desde a abordagem até a condução à delegacia, tudo é muito tranquilo de se aprender e muito DIVERTIDO de se usar. Abordar um motorista embriagado, ligar para a central para conferir documentos, reagir a uma abordagem mais violenta caso aconteça...
Procedimentos a risca devem ser seguidos ou prepare-se para uma penalidade de experiência. Aliás, o jogo é completamente Arcade. A única coisa que fará você reiniciar uma missão é agir com força extrema numa abordagem que exigia apenas diálogo ou contenção não letal. O sistema de cobertura é OK e o de danos funciona à la Call of Duty. Fique abaixado quando receber certa parte de dano que seu personagem se recuperará. A mira é uma mistura de Twin Stick Shooter com possibilidade de controlar a direção e altura do tiro com o analógico direito. Tudo muito didático e logo nos primeiros 30 minutos você se familiarizará.
Parte Técnica
Até aqui, joguei na revisão 1.13 e posso dizer que os únicos bugs que me atrapalharam mesmo foram os de colisão, interação com objetos e paredes a pé e a parte motorizada onde parece que passaram manteiga nos pneus do seu carro. CONTUDO, é inegável a qualidade geral do jogo no momento, tendo em vista ser um estúdio pequeno.
Não tive um CRASH ou Glitch grave, o único LOADING DEMORADO é o inicial, e o jogo é extremamente gostoso de se jogar. Lógico, tive algumas quedas de FPS, mas foram raras e o jogo rodou minimamente bem no meu PlayStation 5.
Considerações Finais
The Precinct entrega um bom jogo, recheado de conteúdo e muita ação. Intercalando atividades triviais como multar um carro parado em cima da faixa de pedestres às mais complexas, como a investigação de um homicídio, é consenso que o objetivo foi alcançado: Diversão Arcade com uma narrativa muito boa sobre encarnar o papel de um policial.
Mesmo com seus problemas de jogabilidade, o jogo me cativou e merece demais a atenção dos jogadores e fãs de um shooter mais clássico.



Este conteúdo foi criado em colaboração com o portal Patobah! que forneceu gentilmnete a chave de acesso antecipado do jogo.
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Bruno Castelar
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